Sangue Negro
E nada mais foi preciso, que o feitiço ímpar
Dos teus tantãs de guerra chamando,
Dundundundun-tã-tã-dun-dun-dun-tã-tã,
Nada mais foi que a loucura elementar dos teus batuques
bárbaros, terrivelmente belos
_ para que eu gritasse,
E, vencida
reconhecesse os nossos elos...
E
regressasse à minha origem milenar.
(SOUSA, Noémia . Sangue Negro. Associação dos escritores
moçambicanos, 2001.)
Carolina Noémia Abranches de Sousa Soares (1926-2003) nasceu
em Moçambique e faleceu em Portugal. Foi escritora e jornalista, estudou no
Brasil. Viveu em Lisboa como tradutora, exilando-se em paris quando sobreveio o
Estado novo português.
Noémia de Sousa
destacou-se particularmente na abordagem de temas de exaltação de valores
patrióticos e de denúncia da opressão colonial. Ressalta-se em sua poesia o
orgulho de pertencer à África e a afirmação de que terão obrigatoriamente de
ser os filhos a cantar essa mãe-terra (que tanto amam e sentem).
Referências:
http://www.aemo.org.mz/aemo/index.html
http://www.infopedia.pt/$noemia-de-sousa
http://www.clickideia.com.br/sessaoespecial/africanidades/
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