segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

2011 perseguido:

Embora professor... Mais uma vez, e sempre, o ano de 2011 foi de enorme aprendizado. Um ano bastante interessante. Não vou falar de dos grandes acontecimentos no Brasil, e sim, de acontecimentos  bem próximos.
Um ano que teve um início bem regular, nada de novo. Mesma carga horária, mesmos locais de trabalho, mesmos colegas de trabalho. As turmas... Aí sim vieram algumas surpresas; no geral praticamente os mesmos alunos, umas carinhas novas apenas. Mas vieram as turmas novas. Surpresas?
Que nada! Apareceram alunos muito bons e alunos bons; Alunos, simplesmente, alunos;
Alunos - hanhan- que foram  alunos? E alunos r... Todos já sabem (não que sejam regulares).Uns que falam muito, outros que falam pouco, outros nem falam (dormem no banheiro, na sala de aula). Apresentaram trabalhos bons, outros ruins, outros nem apresentaram (aliás nem caderno apresentaram). Caderno? Era artigo raro na aula, uma verdadeira piada, uns apresentavam caderno completamente vazio, isso quando tirava da mochila! Caderno vazio, sinal de mente vazia, por que preferia dormir na aula, e roncava feito um verdadeiro porco. 
Então, o ano começa tudo normal! Cada um com sua persona.
Tinha tudo para ser um ano como outrem, mas foi bastante atípico.
Para minha surpresa o ano começou com a surpresa dos veteranos; um livrinho de 170 páginas em três meses. Qual resultado da primeira avaliação? O resultado é uma bronca e uma dinâmica geral. Mostrei, quero dizer, tentei mostrar o “peso do conhecimento”.
O retorno disso?
Foi um bobo alegre correndo pelos corredores dizendo a todos que fiz carregar peso (e se tivesse pedido a ele que se jogasse de uma ponte?)
E para piorar: “um livrinho bobo, filminho, o que isso vai levar?” (estamos falando de Amar verbo Intransitivo, e Hotel Ruanda). Deveria deixar bem claro como diz meu colega de trabalho: “para vida insignificante que você leva realmente ao nada”.
Um ano que prometia uma força em conjunto!  Professores aos seus postos (e como anda freqüentemente dizendo uma colega: “companheiro é companheiro”).
E em maio começava um exemplo de cidadania, uma aula prática de luta pelos próprios direitos (GARANTIDO PELA CONSTITUIÇÃO). Iniciado uma greve,  fomos duramente criticados (por pais e alunos – compreensíveis pelo fato de sofrerem algum prejuízo).
A critica quando construtiva e ainda tivesse argumentos louváveis seriam, de alguma forma, coerentes. Porém, muitas foram publicadas nos meios de comunicação, e sites de relacionamento, com má fé, na pura maldade, ofensivas, de pessoas que têm a mente bem pequena,  ultrapassaram todos os limites da moral, da educação moral e cívica.
E quando as críticas são como esta: “mas eu tinha planejado uma viagem com meu filho”, e pior, “e agora onde vou deixar meu filho”.
Pensam o que da escola?  Ufa, ainda bem que não é sanatório, nem berçário.
Após este período, vieram as correrias de reposições; uma aula aqui, outra ali. Corta férias aqui, tira mais uns dias ali, e tudo estava nos eixos!
Voltamos, após uma semana de recesso.
Planejamento que havia sido feito teve que ser reformulado, assim como calendário escolar.
Boas notícias: excelente resultado do Enem dos nossos alunos formados em 2010. Desempenho nota 10! Sem contar de que muitos estão cursando a tão sonhada faculdade.
E continuando: Dias, meses, anos batendo na mesma tecla, mostrando o caminho, procurando levar o melhor, tentando abrir seus olhos para o mundo real, tentando fazer-lhes enxergar o mundo e o mercado do trabalho. Enfim, vieram as queixas; grande parte passava com louvores, outros nem tanto, mas tinham aqueles que não iam nem com reza brava.
Alguns não tiveram um desempenho satisfatório em uma avaliação sequer o ano inteiro. Não realizaram trabalhos propostos. Pergunto: Por quê? Porque estavam dormindo na aula (teve uma noite mal dormida, ou nem dormiu, pois os jogos e conversas no MSN não podiam parar), tinham preguiça de realizar as tarefas propostas, que apresentavam o caderno todo em branco (pois estava preservando a natureza), nem apareciam na aula – só Deus sabe! Ao final, Perseguição!
Bom, algumas surpresas ao longo do ano, umas das turmas novas, e outras provocadas por turmas veteranas.
Os veteranos também tinham, mais uma vez,  os seus momentos.
Perseguição aqui, acolá!
Eu nem podia sair passear de carro pela cidade que lá estava ela: A PERSEGUIÇÃO! Pude vê-la, não é um substantivo abstrato. Vinha de moto (a placa fica guardada, só pra eu nunca parar de dar risada). Quanta infantilidade!
O curioso é que alguns veteranos chamaram a atenção sobre isso. E levantou um sofisma: Não se pode confiar em ninguém! Duro acreditar, mas nesse ano, alguns dias, se pudesse não dava as costas nem um segundo para alguns.  
Difícil acreditar, porque professor tem que trabalhar, e muito, com confiança, com boa fé. E sempre acreditei e ainda acredito em todos. Pelo menos até primeira pisada no calo.
Como por exemplo, pra fechar o ano, oriento a uma leitura e pesquisa bem simples, daquelas que o mente capita ao abrir o livro se depara com um dos recursos mais interessantes da época e do autor. Os alunos, então, entregam aquela senhora pesquisa (algumas tão fantásticas que chegaram a ser três vezes o tamanho do próprio livro).  Enfim, aplico uma avaliação em dupla, em que era necessário associar imagens aos nomes. Qual foi o resultado?
Perseguição! – a defesa dos tolos.
Que nossa Educação brasileira esta indo de mal a pior, todos já sabem. E parece que há pessoas que jogam contra cada vez mais, apagam fogo com gasolina”. Que fique tudo do mesmo modo, ou até pior.
E graças a Deus existem pessoas,  professores que lutam muito para reverter este quadro.
Por isso pergunto; Quais tipos de cidadãos que estamos formando? Será que são cidadãos que ficam alheios do mundo real, das barreiras impostas, jovens irresponsáveis.
" Ao invés das pessoas se preocuparem em deixar um mundo melhor para nossos filhos, deveriam se preocupar em deixar filhos melhores para nosso mundo?"
Peço desculpa pelos últimos resultados, que não representam nossos trabalhos.   
E obrigado a todos aqueles, que acreditaram, sabem discernir, o certo e o errado, têm senso de justiça, nos deram força. Futuramente irão mudar nosso mundo.
E tudo se torna um grande aprendizado, para que 2012 seja um ano construído com mais sabedoria, experiência de quem passou por poucas e boas. Seja um ano próspero com conhecimento fundamental para um país melhor.
Feliz 2012!

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